Na manhã desta quinta-feira (05), a Fundação Josué Montello (FJMONTELLO), por meio de seu Grupo de Trabalho de Projetos Sociais, reuniu-se com a Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde (RENAFRO) e a Secretaria de Estado Extraordinária de Igualdade Racial (SEIR) para discutir o projeto "Promoção do Direito das Crianças e Adolescentes à Imunização", voltado às comunidades de terreiros. A iniciativa, encabeçada pelo UNICEF, visa ampliar a cobertura vacinal de crianças e adolescentes de matriz africana no Maranhão, com foco nas regiões de Paço do Lumiar, Codó, Icatu, Itapecuru e Alcântara, que apresentam baixos índices de imunização.
O encontro teve como objetivo consolidar a parceria com a SEIR, que se junta à Secretaria de Estado da Saúde (SES) e demais integrantes do projeto como atores-chave na promoção da saúde pública e no fortalecimento dessa ação. De acordo com Claudett Ribeiro, coordenadora de Projetos Sociais da FJMONTELLO, o projeto é uma resposta estratégica à necessidade de garantir que essas comunidades tenham acesso à imunização, ao mesmo tempo em que reconhece os terreiros como importantes espaços de promoção da saúde.
A iniciativa prevê a distribuição de materiais educativos sobre legislação e saúde pública para as comunidades de matriz africana, além de levantar informações sobre as percepções e crenças dessas comunidades, a fim de apoiar a construção de uma metodologia eficaz. O projeto também busca engajar lideranças de terreiros, líderes comunitários e agentes públicos na implementação das ações de imunização, com o desenvolvimento de materiais de comunicação e estratégias de mobilização específicas para essas populações. As atividades formativas e de sensibilização serão validadas pelas lideranças de matriz africana e parceiros, garantindo que o processo seja inclusivo e adaptado à realidade de cada localidade.
A secretária adjunta de Igualdade Racial do Maranhão, Socorro Guterres, destacou a relevância de iniciativas como essa para o fortalecimento das comunidades: “Sabemos o quanto nossas crianças sofrem nas comunidades. Ver de perto a dor nos quilombos e nos terreiros nos motiva a criar oportunidades para que essas crianças tenham um futuro melhor.”
A reunião contou com a participação de Alcimar Nunes, presidente da Fundação Josué Montello, além dos representantes da RENAFRO e líderes religiosos Pai Paulo D’Aruanda e Mãe Nonata de Oxum.
Essa articulação entre diversas instituições é fundamental para assegurar que as comunidades de matriz africana tenham voz e protagonismo na construção de políticas públicas, reforçando a importância do respeito à diversidade cultural e religiosa. Por meio de ações conjuntas, o projeto visa não apenas aumentar a cobertura vacinal, mas também fortalecer o papel dessas comunidades na sociedade.
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