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Projeto de Valorização de Comunidades de Matriz Africana é lançado em São Luís


Pais e Mães de Santo de terreiros localizados na região do Itaqui-Bacanga, em São Luís, estiveram reunidos no auditório do Parque Botânico da Vale para o lançamento do Projeto de Promoção e Valorização de Comunidades de Matriz Africana (IDYIELE – Valorização, no dialeto Yorubá).

O projeto é coordenado pela Fundação Josué Montello (de apoio à pesquisa e extensão) e tem como objetivo o reconhecimento dessas comunidades tradicionais, criando condições para a melhoria da qualidade de vida (com ênfase em ações de saúde e educação) e com ações de fomento ao empreendedorismo. A meta é envolver diretamente mais de duas mil pessoas.

Hoje, 47 terreiros de religiões afro estão em atividade no Itaqui-Bacanga, em áreas com perfis de muita carência. A proposta é que através do projeto seja encaminhado aos gestores de políticas públicas um relatório fiel a essas dificuldades vividas no cotidiano dessas comunidades.

Para o Pai de Santo Lindomar Barros (Pai Lindomar), do Anjo da Guarda, esse é um grande momento de valorização da religião de matriz africana dentro da região Itaqui-Bacanga, pois se trata de um projeto que será realizado de forma colaborativa. “Temos um ambiente de periferia, de carência, e os terreiros nesse contexto são muito mais que um espaço para cultos. É um espaço social que serve a essa população com o desenvolvimento de diversos serviços. É importante podermos indicar quais nossas reais necessidades e prioridades”, enfatizou.

De acordo com o diretor-presidente da Fundação Josué Montello, Nan Souza, que foi importante perceber a aceitação dessas comunidades à proposta. “É uma ideia de construção coletiva aonde cada localidade irá, em conjunto com as instituições parceiras, identificar os pontos a serem desenvolvidos e isso possibilitará um benefício real a essas pessoas”, ressaltou.

Dentro do IDYIELE está planejada ainda a realização de diversas oficinas voltadas para a utilização das práticas de saúde; a produção de uma cartilha sobre as práticas tradicionais de saúde desenvolvidas nas comunidades de matriz africana; cursos sobre a língua e cultura Yorubana; oficinas sobre Direitos e Cidadania; cursos de música; e diversos seminários temáticos.

Para a secretária estadual de Igualdade Racial, Claudett Ribeiro, que participou do evento, “O projeto tem uma grande importância também no âmbito cultural porque vai possibilitar a troca de saberes, de conhecimentos tradicionais dessas comunidades com o conhecimento científico utilizado hoje”. Ainda segundo a gestora, é nos terreiros que acontece muitas vezes o primeiro atendimento de saúde dessa população carente através do uso de receitas naturais (como os chás), preservadas dos antepassados dessas comunidades de origem africana.

No final do evento, os representantes de terreiros presentes receberam um certificado de adesão ao projeto.

Vinte instituições estão integradas ao projeto. Dentre elas, a Universidade Federal do Maranhão (UFMA), órgãos dos governos municipal e estadual, Sistema S (com Sesc, Senai, Senac e Sebrae) e UNICEF. O apoio financeiro ao projeto é da empresa Vale.

Grupos de Matriz Africana - entendem-se as comunidades que chegaram ao Brasil ainda entre os séculos XVI e XVII, vindos de diversas regiões da África. Assim como os grupos originários do quilombos (quilombolas), ciganos, indígenas e pescadores, as Comunidades de Matriz Africana são consideradas como povos tradicionais.


Bairros que integram o Projeto:

1. Vila Embratel - 09 terreiros

2. Anjo da Guarda - 08 terreiros

3. Fumacê - 05 terreiros

4. Vila Nova - 04 terreiros

5. Gapara - 03 terreiros

6. Sá Viana - 03 terreiros

7. Mauro Fecury I - 01 terreiro

8. Mauro Fecury II - 02 terreiros

9. Alto da Esperança - 02 terreiros

10. Vila Izabel - 02 terreiros

11. Residencial Paraíso - 02 terreiros

12. Vila Ariri - 02 terreiros

13. Alto da Vitória - 01 terreiros

14. Vila São Mateus - 01 terreiro

15. Residencial Primavera - 01 terreiro

16. Vila São João da Boa Vista - 01 terreiro

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